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"Não é o inferno" trata de um tema de particular importância: o da crise econômica. Basta dizer que ela foi registrada justamente em um dos principais momentos de impasse e crise do país, tanto econômica, política e socialmente. "Dei a minha vida e o meu sangue pelo meu país e vejo-me sem fazer face às despesas": estas são as palavras com que o texto começa. São palavras cheias de raiva, mas sobretudo de desilusão e desânimo perante um país que parece não ser capaz de apoiar os seus cidadãos. O narrador então se refere à classe política, pedindo ajuda e apoio: "se você que tem consciência, lidera e acredita no país, me diga o que eu tenho que fazer para pagar comida, para pagar onde ficar"; Mesmo os direitos que deveriam ser considerados básicos e onipresentes parecem estar sendo questionados e os líderes do país não parecem capazes de resolver os problemas que afligem a sociedade. Apesar de todos esses lados negativos, o protagonista mantém a esperança e não quer acreditar que não possa haver uma saída diante dessa terrível situação: "não, não, isso não é inferno, mas não entendo como é possível pensar que é mais fácil morrer". Por outro lado, em uma sociedade civilizada e evoluída, os direitos fundamentais da pessoa humana devem ser garantidos e respeitados sem exceção. Particularmente interessantes e significativas são as declarações feitas por Francesco Silvestre (ou mais conhecido como Kekko), cantor do Modà e autor da canção, que declarou: "Emma é a única, entre os artistas que conheço, a ter a determinação necessária para apresentar tal canção em Sanremo". Estas são, sem dúvida, palavras importantes e de valor considerável, que confirmam a profundidade e as qualidades artísticas e interpretativas de Emma. De fato, não se deve esquecer que a canção fala do período de grande dificuldade vivido por muitos italianos, especialmente aqueles que trabalharam duro e se sacrificaram pelo país. Apesar da complexidade da canção, Emma provou estar à altura da tarefa de propor e interpretar esta canção; a vitória final em Sanremo 2012 foi a demonstração mais clara disso.